sexta-feira, 29 de julho de 2011

Perfil do braço e colocação dos trastes

O ritmo dos trabalhos está mais devagar do que eu gostaria. Basta ver o pouco número de postagens neste mês. O planejamento inicial de terminar em julho como meu presente de aniversário já foi por água abaixo e agora minha intenção é finalizar em agosto.

Os últimos trabalhos foram no braço. Primeiramente fiz o perfil, que é o trabalho de arredondar a parte de trás do braço para que o encaixe com a mão do guitarrista fique confortável. Há vários tipos de perfis (C, D, V, U, etc) que varia de acordo com a preferência de cada um. O meu está entre o perfil D e U, mais gordinho no estilo das Gibson Les Paul. Abaixo um exemplo ilustrativo copiado da internete:


O desbaste da madeira é realizado com a grosa e com a lima. Sempre aos poucos e verificando se está no formato pretendido. Depois é só lixar bastante até ficar bem lisinho. Se o hard maple mostrou-se difícil de serrar nos trabalhos iniciais, é uma madeira ótima para se esculpir. Além disso, fica com um acabamento excelente, bem liso, e ainda aparecem alguns desenhos dos veios da madeira. Algumas fotos foram tiradas à noite com o celular e não saíram com boa qualidade.


  

Aqui dá para reparar bem na transição entre a parte que eu já havia começado a arredondar e o restante do braço que estava mais "quadrado".







Gostei do resultado final e parece que ficou bem confortável para tocar.
Em seguida comecei a colocar os trastes. Eu já havia serrado as casas para instalação, mas geralmente é necessário aprofundar os sulcos após o trabalho de raiar a escala. As laterais são desbastadas naquele processo e ficam rasas ou até somem totalmente (veja foto abaixo).


Depois de refazer os sulcos, é só cortar os trastes no tamanho adequado, inserir no sulco, dar umas marretadas e cortar os excessos laterais. Não é um trabalho muito difícil, mas a profundidade dos sulcos precisa estar adequada senão o traste não entra direito.



O braço está na fase final. Os próximos trabalhos demandam bastante tempo e não aparecem muito. Agora falta colar a pestana, limar as arestas dos trastes e nivelá-los. O nivelamento é essencial para que a corda não trasteje, que é quando ela encosta em um traste diferente do que está sendo tocado produzindo um chiado. Já as arestas dos trastes precisam estar bem feitas para que a mão deslize facilmente pelo braço.

Simultaneamente vou trabalhar nos últimos detalhes do corpo. Chegou a broca que faltava para fazer a furação da ponte e da chave seletora. Além disso, tenho que fazer as tampas das cavidades traseiras e o pickguard que fica na frente e tem função decorativa.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cavidade da parte elétrica e detalhe no corpo

Retomando os trabalhos após uns dias dedicados à outro hobby.

Agora foi a vez de escavar a cavidade da parte elétrica onde ficam guardados os potenciômetros de volume e tonalidade, a chave seletora, o jack de saída e toda a fiação ligando captadores e controles.

Antes disso, realizei um rebaixamento na parte frontal do corpo. Eu tinha pensado nisso há um tempo atrás e agora decidi fazer. Esse detalhe no corpo é apenas decorativo, sem função específica, e vai ajudar a reduzir um pouco o peso.

Tentei usar a tupia para essa escavação. Como de costume, fiz o molde em MDF ...




Quando fui usar a tupia: bingo! Percebi que não teria apoio suficiente. Pensei em desistir, mas era tarde demais porque já havia feito um rasgo na madeira. Também qual a graça de se construir uma guitarra se não puder fazer do jeito que a gente quer, né.


O jeito foi apelar para o formão com ajuda do martelo. O trabalho é bem minucioso e tem que tirar pequenas lascas por vez para não errar na mão. Até que o resultado ficou bom.



Aproveitei para fazer as furações dos potenciômetros e para as ligações aos captadores. A broca maior chama-se broca de mourão e usei para ligar o captador do braço até a cavidade da parte elétrica. Tem que tomar muito cuidado porque ela atravessa o corpo com facilidade.



Posteriormente tive uma idéia para utilizar a tupia para fazer o detalhe no corpo e funcionou bem, apesar de não dar para usar molde. Usei dois apoios nivelados para suporte da tupia e aprofundei um pouco mais o rebaixamento. O acabamento ficou bom e falta só uma lixada para tirar as marcas.





A escavação da cavidade da parte elétrica é bem semelhante ao trabalho feito para as cavidades dos captadores e do encaixe do braço. Elaboração do molde, furação com a broca forstner para retirar o máximo possível de madeira e acabamento com a tupia. Nesse caso são utilizados dois moldes, um para a cavidade propriamente dita e outro externo para encaixe da tampa. É preciso só ter atenção para escavar na profundidade certa e não transpassar o corpo. Houve um momento em que a fresa da tupia afrouxou e acabamento interno não ficou 100%, mas ainda bem que a tampa vai esconder.












O copo já está quase pronto. Falta fazer os furos para a ponte, cordal e chave seletora que ainda não foram feitos porque não consegui uma broca de 12 mm. Ah, também preciso fazer o encaixe do jack de saída e as tampas para as cavidades da parte elétrica. Depois disso é lixar começando pelas lixas mais grossas até as mais finas e fazer o acabamento. Ainda não decidi como será o acabamento, mas não devo pintar por enquanto deixando a guitarra no tom natural da madeira.

Os próximos trabalhos serão no braço. Preciso fazer o perfil, aprofundar as casas e instalar os trastes.