Luthier: Jol Dantzig

Como esse fim de semana não teve trabalho, vou aproveitar para falar de um luthier que admiro bastante: Jol Dantzig. Ele é um dos principais responsáveis pela criação e popularização do conceito boutique guitars.

Dantzig iniciou a carreira como guitarrista e comprava/vendia instrumentos como forma de ganhar um dinheiro extra. Em 1970 tornou-se sócio de uma loja que vendia instrumentos vintage e seus clientes começaram a solicitar pequenos reparos nos instrumentos. Poucos anos depois ele construiu um baixo e não parou mais. Juntamente com outro guitarrista, Paul Hamer, fundou a Hamer Guitars em 1976 e logo a empresa ganhou reputação de construir instrumentos de altíssima qualidade. Entre os famosos que já compraram instrumentos da marca estão os quatro Beatles, três dos Rolling Stones, membros do The Police, Def Leppard, entre outros.

Dantzig trabalhou na Hamer até 1988, quando a marca foi vendida, tendo retornado em 1997. A marca foi adquirida pela Fender em 2007 e Dantzig saiu definitivamente em 2010 para fabricar guitarras com sua marca própria. Jol já colaborou em trabalhos com a Gibson, Fender e Gretsch.

O estilo desse luthier é construir guitarras clássicas e com ar vintage. Uma coisa que impressiona bastante é a perfeição no acabamento. Não se pode deixar de observar também a riqueza de detalhes e a fabricação de peças exclusivas para compor o instrumento.

Ultimamente Dantzig tem elaborado guitarras temáticas que vem acompanhadas de um livreto contando a história da guitarra, desenhos, o processo de construção, os testes de cor e de materiais feitos, etc. Cada instrumento vem com um case exclusivo também por ele fabricado.

Suas guitarras já ganharam 8 prêmios de design da revista Guitar Player. Algumas delas já foram expostas no Boston Museum of Fine Art e no Smithsonian Institution. Veja alguns exemplos a seguir:

The Crow

A inspiração para essa guitarra veio do livro On the Road de Jack Kerouac. Jol estava tirando foto de corvos, que são passaros mensageiros, e relacionou com os personagens do livro. Ele procurou fazer um acabamento que lembrasse as asas do corvo.

Essa guitarra tem corpo e braço feitos em mogno, com top de spruce e costas de flamed maple, e escala em ébano. As tarraxas e peças de metal tiveram tratamento para aparecer envelhecidas. Os botões de acrílico transparente foram fabricados por ele. O botão do seletor e os pinos da correia foram feitos de chifre de búfalo. Os captadores são da marca Charlie Christian e estão ligados por fios de telefone antigos conseguidos num leilão da Old Western Electric. O case é forrado com tweed que recebeu tratamento para ficar com aparência envelhecida. Para levar essa belezura para casa é só dispor de US$ 38.000.

Sakura

O fim do difícil inverno japonês é marcado pelas flores das cerejeiras (sakura). Um festival em abril celebra o renascimento da vida e simboliza a transitoriedade. Essa foi a inspiração para a guitarra Sakura que tem uma belíssima placa de metal gravada pela artista Heidi Roos. Os captadores foram feitos especialmente para essa guitarra por Seymour Duncan. Corpo e braço são de mogno.

Outros trabalhos

Mais informações em:

http://dantzig.com/

http://www.guitarguru.typepad.com/
http://www.facebook.com/guitardesigner

Rickenbassy - Cavidade dos Captadores e da Parte Elétrica

O trabalho até que rendeu bem nesses últimos dias. Iniciei a cavidade dos captadores e da parte elétrica durante a semana à noite e terminei no sábado. O processo é o mesmo realizado para fazer a cavidade de encaixe do braço. Começa fazendo furos no local atentando para a profundidade. Depois desbasta o máximo possível com o formão e faz o acabamento com a tupia auxiliado pelo molde.

 

Não sei se foi a fresa nova, mas dessa vez foi bem mais fácil do que fazer a cavidade para encaixe do braço. Dá para perceber pela próxima foto que o molde não ficou na dimensão correta. Isso aconteceu porque eu acabei alterando a posição dos captadores, colocando-os um pouco mais perto da ponte. Não atrapalhou o trabalho, só tive que fazer em duas etapas: primeiro os captadores, depois, realocando o molde, a cavidade da parte elétrica.

 

Aproveitei para fazer várias furações. Esta é para o encaixe do jack de saída.

 

Também marquei a posição e fiz os furos para a ponte e para os pinos da correia.

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Rickenbassy - Encaixe do Braço II

Uma atualização rápida só para não passar em branco. Aproveitei o feriado e fim de semana para viajar e não trabalhei no baixo. Pior é que os próximos dois fins de semanas já estão comprometidos também. Enquanto isso vou trabalhando à noite na medida do possível, mas não deixarei de atualizar o blog.

Continuando o trabalho anterior, foi a vez dos furos para o encaixe do braço com o corpo. Os parafusos que eu tinha eram maiores que a largura do corpo e entrariam na escala ou até atravessariam completamente o braço. A solução foi cortá-los com a cegueta.

As fotos seguintes mostram braço e corpo já aparafusados. Parece que os alinhamentos vertical e horizontal ficaram bons. Pensei sobre a pequena folga que ficou no encaixe do braço que comentei na postagem anterior e não devo mexer. Acho que não vai afetar a estrutura e sonoridade, então vou deixar assim mesmo já que ficará coberto pelo escudo.

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Rickenbassy - Encaixe do Braço

Essa semana foi a vez de fazer o encaixe do braço junto ao corpo, que será do tipo aparafusado (bolt on).

Como sempre, é recomendável elaborar um molde para usar com a tupia. Utilizei uma placa de aglomerado de 7 mm, mas é importante atentar para a grossura do material. Explico melhor mais à frente. Também é sempre importante traçar a linha que ausiliará na centralização do molde no corpo.

 
Para facilitar, eu faço uns furos com a broca de maior espessura que eu tiver para remover o máximo de madeira possível antes de usar a tupia. Tentei usar um tipo de broca chamada forstner, que é ótima para fazer furos de maior espessura, mas não consegui perfurar essa madeira. Acabei colocando uma broca de 12 mm mesmo. Depois de furar é interessante dar uma limpada com um formão.

Acabei esquecendo de tirar fotos do trabalho com a tupia, mas não é muito diferente do que já foi mostrado anteriormente por aqui. Bom, mas nem tudo deu certo, por isso comentei no início que é importante atentar para a largura do molde em relação à altura da fresa e profundidade do encaixe. Nesse caso, a profundidade do encaixe era de aproximadamente 2 cm e a minha fresa tem 3 cm. Ou seja, o molde deveria ser de no mínimo 1 cm (e era de 0,5 cm). Tive que colocar uns apoios embaixo do molde e o resultado não ficou muito preciso. Na penúltima foto, dá para notar a folga no encaixe do braço. Vou tentar preencher essa folga com uma lâmina fina de madeira, serragem e cola. Depois mostro como ficou.

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