terça-feira, 27 de novembro de 2012

Twelve Trouble (TT) - Headstock e Encaixe do Braço

Chegou a hora de dar forma ao headstock. Primeiro o corte com a serra tico-tico. 

Por favor, dêem um desconto para as fotos que eu não estou conseguindo colocar na horizontal.



Depois é só aparar as rebarbas com a tupia e o molde.




Aproveitei para fazer o encaixe do braço no corpo usando um método diferente do que fiz das outras vezes. Antes eu fazia um molde para o encaixe que era usado depois para fazer a cavidade. Dessa vez o "molde" foi feito no próprio local de encaixe com o auxílio de pedaços de aglomerado. Acho que fica mais fácil de entender vendo as fotos.

Primeiro coloca-se o braço na posição correta, prestando atenção na centralização, e prende com um grampo.


Na sequência coloca-se as madeiras que farão o papel do molde ao lado do braço. Eu usei uns pedaços de aglomerado que eu tinha certeza que estavam com as laterais alinhadas. Eles devem ficar bem juntos ao braço e usei um grampo para os comprimir. Depois fixa-se esses pedaços de aglomerado com outros grampos e pronto. Na parte traseira eu coloquei com um bloquinho de aglomerado com fita dupla face mesmo. É bom só fazer um teste antes para confirmar se a fresa da tupia chegará na profundidade adequada.







O encaixe ficou muito bom e justo como deve ser.





Será que faz sujeira?


Nesses próximos dias não haverá postagens, estarei curtindo merecidas férias. Em breve coloco a continuação dos trabalhos.
Abraços

\m/

sábado, 24 de novembro de 2012

Twelve Trouble (TT) - Furações, Cavidades dos Controles e Colagem do Tampo

Antes de colar o tampo na base do corpo, aproveitei para fazer alguns trabalhos que ficam mais fáceis de serem feitos antes daquela etapa.

Fiz as furações para os controles de volume e tonalidade na parte da frente do corpo. Na parte de trás, usei uma broca tipo forstner que permite fazer furos redondos mais largos. Esses furos deram um trabalhinho porque a broca está sem corte e tive que ir bem devagar para não queimar a madeira devido ao atrito. Além disso, tem que tomar cuidado para não aprofundar muito o furo e transpassar para o outro lado arruinando tudo.

Também foi feito o furo para a chave seletora na parte superior do corpo.




Esse rasgo em forma de triângulo foi feito com a tupia e servirá para passagem dos fios entre a chave seletora e os captadores. Quando colar o tampo ele não vai ficar aparente.






Aproveitei também para iniciar a cavidade dos controles na parte traseira do corpo. Fiz com a tupia à mão livre mesmo, mas acho que vou fazer o molde para ficar com um acabamento melhor nas laterais. Ainda preciso fazer as tampas e finalizar o rebaixo para encaixá-las.


Finalmente, tampo e base foram colados. Claro que o animal aqui fez besteira e passou cola no lado errado. Mas deu tempo de limpar com um pano úmido e passar cola do outro lado novamente.








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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Twelve Trouble (TT) - Colagem da Escala e Acabamento do Braço

Agora chegou a vez de colar a escala no braço. Acabei esquecendo de tirar foto do processo, mas não tem segredo não. Eu costumo centralizar e colocar a escala no local correto antes de colar. Em seguida faço uns furos bem pequenos em cima do primeiro e do último traste. Nesses furos eu coloco uns pregos que servirão para "encaixar" a escala na hora da colagem no local certo, e também para ela não escorregar. Fora isso, é preciso lembrar de colocar fita crepe para a cola não escorrer sobre o tensor. Aí é só colocar pressão e aguardar a secagem (e ficar sem mesa por uns dois dias).

 

Depois que a cola secou, fiz o furo de acesso ao tensor.



Na sequência é hora de fazer o acabamento no braço e aparar a madeira excedente com o auxílio da tupia. Como a escala já está na dimensão correta, não é preciso molde. Ela mesma é utilizada como guia para a fresa.





Agora está começando a parecer um braço de guitarra, né.

Abraços

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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Baixistas - John Paul Jones



Aproveitando que hoje é o lançamento oficial de Celebration Day, filme que mostra o show do Led Zeppelin gravado no O2 Arena em 2007, vou falar um pouco sobre o baixista John Paul Jones. O show foi um tributo ao fundador da Atlantic Records, Ahmet Ertegun, e contou com Jason Bonham substituindo o pai nas baquetas (muito bem por sinal). Esse foi o primeiro show da banda em 27 anos e levou 20 milhões de pessoas a se inscreveram para o sorteio, mas apenas 18.000 sortudos conseguiram comprar o ingresso.



Vi o lançamento do filme nos cinemas e recomendo. Foi emocionante ver a melhor banda de todos os tempos, na minha opinião, claro, tocando ao vivo novamente. Lógico que eles não tem mais o vigor e habilidade de quando eram mais novos, mas os tiozinhos ainda mandam muito bem. A impressão que eu tive é que eles se divertiram de verdade naquele dia.

Voltando a John Paul Jones, talvez ele seja um dos baixistas mais subestimados do rock. Não que ele não seja reconhecido, mas talvez não o tanto quanto merece. Convenhamos que não deve ser fácil se destacar tendo como companheiros de banda - Robert Plant, com vocais potentes e presença de palco; Jimmy Page, gênio das guitarras; e John Bonham, destruindo na bateria. Além disso, Jones tem a personalidade mais introspectiva e reservada. Ele costumava ficar lá trás do palco perto da bateria. Muitas vezes se referiam a ele como "the quiet one".


Jones (nascido John Baldwin em Kent, Inglaterra e atualmente com 66 anos) na verdade é um multi-instrumentista. Além de baixo, toca teclado, bandolim, ukelele, lapsteel guitar e mais um bocado de instrumentos de corda. É também compositor, arranjador e produtor de discos. Filho de músicos, começou tocando piano ainda criança e logo depois aprendeu a tocar baixo e órgão. Aos 14 anos ele disse que queria tocar baixo, o pai dele sugeriu que ele aprendesse saxofone para não passar fome. Mas ele insistiu e convenceu o pai a comprar um baixo. Sua base musical é de jazz e de música de orquestra.

Antes de entrar no Led Zeppelin em 1968, Jones já era um músico, diretor e arranjador musical reconhecido. Tinha trabalhado, por exemplo, com Rolling Stones, Jeff Beck e Yardbirds. Nesses tempos de músico de estúdio, John Paul Jones já havia cruzado com Jimmy Page, que também atuava nessa área, algumas vezes. Jones estava ficando cansado com o volume de trabalho. Gravava 2 ou 3 sessões por dia, de 6 a 7 dias por semana. Em 1966, Page fazia parte dos Yardbirds quando Jones o contactou e disse que gostaria de participar em um projeto futuro com ele. Pouco tempo depois o Yardbirds se desfez. Page ainda tinha uma agenda de shows para cumprir e o convidou para participar do New Yardbirds, em seguida Plant e Bonham se juntaram ao grupo que logo mudou de nome para Led Zeppelin. O resto é história.




Apesar da maioria das músicas da banda serem assinadas por Page/Plant, Jones teve participação fundamental na composição e no arranjo de várias músicas brilhantes como, por exemplo, Ramble On, Black Dog e The Lemon Song.

Triquetra, símbolo de JPJ no disco Led Zeppelin IV. Significa pessoa confiante e competente.
O principal instrumento de Jones durante a maior parte de sua carreira foi um Fender Jazz Bass de 1962. Já mais perto do fim do Led Zeppelin ele usou alguns baixos Alembic em shows e o Fender para gravações. Atualmente ele tem usado mais um baixo signature feito por Hugh Manson, além de outros baixos e instrumentos feitos por Hugh ou por seu irmão Andy Manson, dois excelentes luthiers já retratados aqui e aqui.



Após o fim da banda, Jones gravou um disco solo em 1999 chamado Zooma e outro em 2001 chamado The Thunderthief (eu nunca escutei) além de inúmeras participações em gravações e discos de outros artistas. Mais recentemente Jones fez apresentações com Foo Fighters, Ben Harper, Seasick Steve e gravou um disco muito bom com o grupo Them Crooked Vultures (Josh Homme na guitarra e Dave Grohl na bateria). Na semana passada fez alguns shows com um grupo experimental da noruega chamado Supersilent que tem apenas regra - não há ensaios. Questionado se ele se sentia apreensivo com isso (não ensaiar), Jones respondeu "de forma nenhuma, eu improvisei na minha vida inteira".


Quanto a vida pessoal, John Paul Jones conheceu sua mulher Maureen em 1965 e estão juntos até hoje, e com a qual tem 3 filhas.

Apreciem um pouco do trabalho desse baixista genial.

Linha de baixo isolada em Ramble On


Tocando lapsteel guitar em Nobody`s Fault But Mine


Aqui solando com um baixo de 10 cordas.


Bandolin em Going to California


Tocando com Seasick Steve



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