segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nivelamento dos trastes e colagem da pestana

O motivo de o braço da guitarra estar todo enfaixado com fita crepe, parecendo uma múmia, é para realizar o nivelamento dos trastes. Quando os trastes não estão no mesmo nível, pode ocorrer um ruído desagradável ao se pressionar a corda num traste específico e a mesma encostar simultaneamente em outro traste, o que se chama trastejar.

Para saber quais trastes estão desnivelados, ou se ainda persiste o desnivelamento, é só "pintar" os trastes com canetinha ou com giz de cera. Fixa-se uma lixa (eu usei grão 220) num bloco de madeira retificado que é passado sob os trastes sem fazer muita pressão. Os trastes em que a tinta houver sido removida é que estão mais elevados que os outros. Repete-se o processo até que não fique nenhuma marca do giz de cera, o que mostra que todos os trastes estão no mesmo nível. A fita crepe serve para proteger a escala.

Esse processo, porém, deixa os trastes com a parte superior achatada, ao invés do perfil ovalado ou piramidal original dos trastes. Depois disso é preciso passar uma lima fina, ou mesmo lixa, em cada traste para corrigir esse problema. Também passa-se a lima nas pontas dos trastes para arredondar e os dedos não ficarem "pegando" na hora de tocar. Por fim, fiz o polimento dos trastes com bombril para ficarem brilhantes. Mesmo com a fita crepe, acabei machucando a escala com a lima em alguns pontos.



Aproveitei também para colar a pestana. Rebaixei a escala um pouco, mas ainda estou com a impressão que as cordas ficarão altas. Bom, para ter certeza disso só dentro de alguns dias quando a guitarra estiver montada.


 
Durante esse tempo, tenho trabalhado no acabamento do corpo. Colocarei fotos em breve.
\m/

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Tampas traseiras

Um post rápido só para mostrar as tampas das cavidades traseiras finalizadas. O processo é relativamente simples, mas deu um pouco de trabalho até conseguir encaixá-las. A madeira (que não sei qual é) realmente parece que é boa. As tampas ficaram muito bonitas e com textura lisa após lixar. Achei bem interessante o contraste com a madeira do corpo.

A guitarra está entrando na fase final de acabamento. Agora é necessário lixar várias vezes com lixas de grãos diferentes, dos mais grossos até os mais finos, até que a superfície fique perfeitamente lisa e sem nenhuma marca. Uma regra básica é ir aumentando a granulagem da lixa em 50% em casa passada. Por exemplo, vou começar com a lixa 80, em sequência usarei a lixa 120, depois a lixa 180, até chegar a lixa 400. Apesar de ser um trabalho monótono, é necessário para que o resultado final fique ótimo. O acabamento em si será em óleo tungue, que protege e ressalta a cor da madeira. O processo envolve passar o óleo, aguardar 24 horas secando, lixar levemente com lixa 400 e repetir o processo no mínimo umas 7 vezes. Finalmente, tem que aguardar umas duas semanas para a cura total do óleo.



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Marcações laterais

Uma postagem rápida só para mostrar as marcações laterais que instalei nesta semana. Não consegui achar a broca do diâmetro exato da marcação (2,2 mm) e preenchi a folga com cola mesmo.
A instalação é simples. É só marcar o centro da casa que será instalada a marcação e fazer um furo raso. Depois coloca-se a marcação, corta, espera secar e lixa a rebarba.




terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mais furações no corpo e elaboração das tampas traseiras

Finalmente consegui encontrar uma broca de 12 mm para as furações da ponte, do cordal e também da chave seletora. Acabei errando a furação do cordal que ficou 1 mm menor e só entrou na base da força depois de raspar as laterais com a lima.

Ah, não posso deixar de agradecer a ajuda da minha namorada linda no manejo do aspirador durante as furações para que a casa não ficasse mais imunda.




E esse não foi o único erro do dia. Aproveitei para fazer a furação por onde passará a ligação do captador do braço para a chave seletora. Era para o furo ter saído dentro da cavidade e acabou saindo na parte traseira do corpo. Mierda!


Até que consegui arranjar uma solução satisfatória para esse problema. Fiz a tampa da cavidade da chave seletora um pouco maior e o furo não ficará aparente. Como sempre, tudo começa com a elaboração do molde, seguido pela tupia e até finalizar o encaixe da tampa.




Vou fazer a tampa de uma madeira que ganhei do meu sogro (valeu sogrão!). Não sei qual é o tipo de madeira, mas me pareceu madeira nobre. Essa tábua apareceu quando ele estava reformando a casa e o peão a estava usando como rampa para o carro de mão. Que desperdício. Na verdade, a finalidade dessa peça é para usar num futuro projeto.

A madeira está um pouco mal tratada, tem alguns furos, marcas e rachaduras. Usei a serra tico-tico para tirar as partes que não estão muito boas e o centro da peça ficou reservado para o próximo projeto.




Para fazer a tampa, foi necessário serrar uma das partes longitudinalmente para ficar com uma espessura adequada. Só que dessa vez não deu para usar a serra tico-tico. Teve que ser no braço com o serrote mesmo. Daí foi só serrar ...


serrar, ....

serrar, ...

E, 1h 20min, muito suor e sujeira de serragem depois, consegui dividir a peça. A serragem é amarelada e fica vermelha em contato com água. Se alguém souber qual é a madeira, favor avisar. Depois disso passei a tupia para aplainar e reduzir a espessura para o tamanho adequado. Acabei esquecendo de tirar foto dessa parte.



Aproveitei também para fazer o furo para o jack de saída. Até que o trabalho rendeu nesses dias.